Sua memória poética sabe que ele existe. A alma é uma coleção de belos quadros adormecidos, os seus rostos envolvidos pela sombra. Sua beleza é triste e nostálgica porque, sendo moradores da alma, sonhos, eles não existem do lado de fora. Vez por outra, entretanto, defrontamo-nos com um rosto (ou será apenas uma voz, ou uma maneira de olhar, ou um jeito da mão...) que, sem razões, faz a bela cena acordar.
E somos possuídos pela certeza de que este rosto que os olhos contemplam é o mesmo que, no quadro, está escondido pela sombra. O corpo estremece.
- Rubem Alves
Um comentário:
Oi Raphael.
Lindo texto. Gosto muito de Rubem Alves. Estou com esse livro na estante a minha espera. =)
Bjs uma ótima semana.
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