Uma experiência com Deus - King's Kids 2011

Recentemente, participei de uma Campanha King's Kids. Foi um tempo muito bom e proveitoso. Certamente a missão "Conhecer a Deus e fazê-lo conhecido" é um desses lances que me fazem admirar a JOCUM. Afinal, o que é o cristianismo se não ter um relacionamento com Cristo (conhecer a Deus) e proclamar a Sua Palavra (fazê-lo conhecido)?

Sinto-me privilegiado em fazer parte desse ministério que não só alcança pessoas para Cristo, mas que também tem feito toda a diferença nas últimas gerações, orientando e estimulando a cada um ter relacionamento íntimo e comprometido com Deus.

Na Campanha King's Kids MS tivemos a oportunidade de colocar em prática diversas estratégias de King's Kids, tais como: artes, MAOS, NIKO, louvor e esportes. Foi muito especial ver o mover de Deus na vida de cada participante/obreiro e também ver o quanto Deus usou a cada um para encarnar a Cristo e expressar o Reino para àqueles que não conhecem o amor de Deus.

Para mim, um tempo marcante foi o período em que estive no NIKO. O NIKO é, basicamente, um "No Limite", em que os participantes têm a oportunidade de ficar mais sensíveis à voz de Deus por conta das limitações e restrições que lhes são impostas. É muito bom e é como dizem: "No NIKO Deus não fala. Ele grita!".

Nesse tempo, vi o cuidado de Deus e de como Sua natureza fiel não falha. Tive uma experiência muito marcante que relato logo abaixo:

Se você quiser passar pelo NIKO, prepare-se para caminhar! Essa é uma das atividades mais exercidas nos 3 dias de programação.

Numa das caminhadas, com um grupo de mais 4 pessoas, tive que tirar o tênis para andar no meio de um riacho. Quando chegamos à terra firme, fui colocar o tênis, mas percebi a falta das minhas meias. Procurei na mochila e em possíveis outros lugares mas não as encontrei. Coloquei o tênis e continuei a caminhada sem as meias. Logo adiante, meu grupo parou em uma "bica" de água na qual pudemos encher nossos cantis e ajeitar nossas coisas. Com isso, senti a falta do meu óculos de sol que havia ganho do meu pai há uns 8 anos atrás. Um óculos bom, praticamente de estimação. Fiquei estarrecido com a idéia da perda. Pedi ao grupo que me esperasse enquanto voltava pelo caminho em busca do óculos perdido. Procurei nos lugares mais prováveis da perda mas não obtive êxito. Voltei indignado e orei perguntando a Deus o motivo de tantas perdas materiais. Será que Deus queria me ensinar renúncia e/ou desapego às coisas? Sem resposta, voltei para junto dos outros.

Por um tempo fiquei bastante chateado com as perdas e continuei a questionar a Deus o "porquê" de tudo aquilo. Nunca fui de perder as coisas assim. Mas, mesmo inquieto, percebi que não adiantaria ficar carrancudo, já que a situação não mudaria e eu acabaria perdendo a chance de ouvir a Deus sobre outras coisas. Assim, comecei a interagir com o restante do grupo, conversando e procurando ajudar.

Numa de nossas paradas para descanso, chequei minha mochila para ver se estava tudo em ordem e para a minha surpresa... descobri que havia deixado, também, uma toalha pelo caminho. Nesse momento, devido às outras perdas, não entrei em parafusos. Consegui avisar alguns grupos que cruzaram em nosso caminho sobre as minhas perdas, mas parecia que o sentimento de perda já havia deixado de ter tanta importância. Vai saber o que Deus queria me ensinar.

No restante da caminhada, fiquei bem. Contemplei a beleza da criação e agradeci a Deus por ser tão grande e ainda assim se importar comigo, um grão de areia diante da imensidão do Deus infinito.

Chegamos felizes ao acampamento. Fomos o último grupo a chegar, com sentimento de dever cumprido. Já era possível ver o pôr-do-sol. Logo na chegada, comecei a receber boas notícias! Um dos grupos havia encontrado minha toalha jogada perto da trilha e um outro grupo havia achado meu óculos dentro do rio, escondido no meio de pedras. Provavelmente eu não conseguiria achar nenhum dos dois objetos, por maior que fossem meus esforços. Sobre as meias, um outro grupo relatou que havia avistado algumas meias boiando no rio, mas que não tiveram "coragem" de trazê-las de volta, o que é até compreensível.

No período de compartilhamento, analisei toda a situação e refleti sobre o que Deus, de fato, queria me ensinar com todo o ocorrido. Assim, cheguei a duas conclusões:

1 - No silêncio, Deus transforma. Deus não se esquece das nossas orações, sonhos e planos. Pelo contrário, Ele se importa muito! Porém, muitas vezes, o tempo de Deus é diferente do nosso, o que nos leva a crer que Deus está distante e que, provavelmente, não tem tempo para nos dar alguma resposta. Aprendo que nesse tempo em que não ouço nem vejo uma solução, Deus está moldando minha vida e meu caráter para que eu receba com alegria aquilo que está dentro da boa, perfeita e agradável vontade dEle.

2 - Quando nada mais estiver sob meu controle, Deus pode fazer. Por mais que eu me esforçasse para encontrar todos os objetos perdidos, provavelmente, eu não os encontraria. Porém, creio que por pequenos "milagres" Deus me restituiu. Os sinais e milagres de Deus são assim: gratuitos. Não somos amados pelo merecimento, mas pela graça.

É tão bom ter experiências novas com o Criador! Traz-me fé e também dá-me a certeza de que Deus cuida de seus filhos nos mínimos detalhes. O tempo de campanha foi um tempo muito precioso em que além de servir a Deus e conhecer pessoas maravilhosas, tive o privilégio de "mostrar a cara" ao mundo!

Para 2011, quero cumprir o chamado de Cristo, amar e obedecer ao Deus cuja definição se resume ao amor. Só assim estarei satisfeito.

Valeu, Deus! (: