domingo, 26 de setembro de 2010

Ser como criança

Ela tinha apenas 9 anos, mas dentro de si tinha a certeza de que poderia fazer mais do que suas limitações lhe permitiam. Era um tempo difícil, os remédios de tarja preta que sua mãe tomava, por causa da depressão, eram fortes. Devido ao tratamento, muitas vezes, a mãe, de fraqueza, caia. Sem forças, a menina esforçava-se para levantar sua mãe, não sem grande dificuldade. Lágrimas, quedas e a esperança faziam parte da rotina da pequena menina. Era dolorido, mas em sua inocência, ela cria que tudo, em breve, seria melhor.
Esse foi o relato de uma amiga, super querida, sobre um período difícil de sua vida. Quando ela contou, fiquei pensando em como é belo essa inocência de criança. Ainda que sem forças, a menina acreditava que poderia levantar sua mãe, que poderia fazê-la sentir-se melhor e que poderia fazer a diferença dizer: vai ficar tudo bem.
Parece que à medida que crescemos, nossa fé, proporcionalmente, diminui. Parece que à medida que crescemos ficamos desgostosos com a vida, com os problemas e com a realidade que, quando criança, não enxergávamos. Talvez, quando Jesus disse: "deixai vir a mim os pequeninos pois deles é o Reino de Deus", ele tenha nos indicado o caminho para o nosso caminhar. Ser como criança é ser dependente, é confiar cegamente, é obedecer à voz do Pai.
O que tenho custado a entender é que o evangelho é simples. Que complico coisas que não deveriam ser complicadas. Em "Cristianismo Puro e Simples", C.S Lewis discorre de um cristianismo descomplicado, sem dramas, ainda que o livro tenha sido escrito para uma Inglaterra em plena Segunda Guerra Mundial. E acho isso, que a simplicidade de Jesus deveria ser a nossa referência.
Crer (em) e amar (a) Deus como criança é um duro desafio. Despojar-me do que acho que sei e do que acho que é melhor, deixar de lado meus olhos incrédulos que não enxergam a possibilidade do impossível são coisas com as quais luto diariamente.
Correndo o risco de ser piegas, permito-me dizer: "Quero ser como criança, Te amar como Tú és. voltar à inocência e acreditar em Ti."

6 comentários:

Angelina disse...

Apenas uma palavra: Maravilhoso! :)

Anônimo disse...

ídem

Cristina Danuta disse...

Muito bom! Me sinto assim muitas vezes também e fico me fazendo a mesma pergunta. Parece que quando éramos criança as coisas eram mais fáceis. Mas, na verdade, nós não víamos certas coisas que, conforme vamos crescemos, passamos a enxergar.

Preciso todos os dias me lembrar de voltar a ser como criança: confiar mesmo sem entender, acreditar mesmo sabendo que minhas forças são poucas, esperando (sempre nEle, é claro) que as coisas que eu não consigo enxergar além do horizonte serão boas e não que haja monstros à minha espreita esperando para me devorar.

Abraços

jojoyuji disse...

:D

Unknown disse...

Chorei lendo primo!! uHAuHAUhUAH...

Évelin disse...

Muito legal seu blog e twitter.Obrigada por me seguir. Realmente CS. Lewis retrata essa leveza muito bem.