quarta-feira, 14 de julho de 2010

O sublime está e não é

"Pensava que nós seguíamos caminhos já feitos, mas parece que não os há. O nosso ir faz o caminho." [C.S Lewis]
A vida parece seguir um caminho próprio. Talvez haja, na verdade, um caminho não-definido como afirmou C.S Lewis. E seguindo esse tipo de reciocínio tenho percebido o quanto é válido tomar como postura de vida a atitude proativa ante ao hoje. Sonhar e fazer o sonho acontecer é importante para que a semeadura seja bem feita e, conseqüentemente, para que a colheita seja de mesmo nível. É clichê, mas entender que o que plantamos hoje colheremos amanhã é fundamental para não nos equivocarmos achando que plantando insípidos xuxus colheremos doces maçãs.
Há algum tempo passei por um período conturbado e bastante difícil. Tempo em que nada dava certo. Lembro-me de passar horas questionando o porquê das decepções. Foi muito difícil olhar toda a trilha caminhada e perceber que, apesar dos esforços, eu não conseguira chegar aonde gostaria. E tudo isso, graças a Deus, fez-me mais forte e mais cuidadoso com a vida. Fez-me perceber a vida de outra maneira, sem essa de 'deixa a vida me levar'.
O escritor moçambicano, Mia Couto, diz que: "não é o destino que conta, mas o caminho". Talvez seja isso. Talvez, o gol não seria tão emocionante se não houvesse o jogo bem jogado e, também, a vitória não teria o mesmo gosto se não fosse as longas horas de treino. Esperar, também, é caminhar. A vida exige algo a mais de nós. Desconfio que seja a paciência.
Talvez, a vida seja como uma linda praia em que as nossas pegadas não estão já pré-estabelecidas, mas que são feitas a cada passo, cuidadosamente, naquele momento único chamado presente. Quem sabe, quando olharmos para trás, a gente não consiga ver que os nossos passos deixaram rastros de pegadas que nos lembram que a vida vale a pena ser vivida intensamente no seu momento. E que o futuro é uma folha em branco, ainda, a ser escrita; como um caminho de areia, ainda, a ser pisado.
O sublime, na verdade, está e não é.

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