segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Para a cruz eu vou

Recentemente, terminei de ler o livro "Uma Ortodoxia Generosa". Muito além de uma capa bonita, o livro traz à tona um questionamento que por vezes tem me feito refletir, a minha dificuldade em ser cristão.
Ainda que eu não tenha nascido em berço evangélico (não gosto desse estereótipo), comecei a ir à igreja cedo o suficiente para que minha identidade fosse formada com o registro: cristão desde criança. Penso que é uma benção ter conhecido a Cristo desde cedo, com toda certeza superei problemas e dificuldades com mais facilidade. Jesus, generosamente, acende a luz. No entanto, sinto que no momento em que me defini como alguém com princípios cristãos, distanciei-me do chamado a que Jesus nos chama, ou seja, o ir, o fazer e o amar de Cristo. Sinto como se não houvesse espaço em minhas concepções para o "odiar o pecado e amar o pecador", ainda que meu dedo aponte para a igreja organizacional, vejo-me ali, pobre e falho lutando contra o farisaísmo e a falta de amor arraigados em minhas atitudes.
Deixo de me relacionar por conta dos meus pseudo-princípios cristãos, afinal, como farei amigos não-cristãos se não vou a baladas, festas e todas aquelas coisas de gente "mundana"? Descubro que Cristo preferia andar perto de mendigos, prostitutas e pecadores, a conviver com santos fariseus, os escolhidos para, teoricamente, se relacionarem com Deus.
Luto para entender a graça. Esforço-me para merecer algo que foi-me dado como um presente. Orgulhoso, procuro formas de entender como as minhas cargas podem ser simplesmente desconsideradas após um pedido de perdão. Vejo-me no lugar do irmão mais velho, o qual questiona o pai sobre a festa do filho mais novo. Por vezes, deixo de entender que "a graça me basta".
"Pela cruz, me chamou, gentilmente, me atraiu e eu, sem palavras, me aproximo quebrantado por Seu amor". Esse pequeno trecho de música, ajuda-me a entender que Cristo tem me chamado de forma gentil, atrai-me com sua graça e alegria, porque a maior obra já foi feita na cruz. Esforço-me para deixar de lado todos os meus conceitos - de que servem sem fé? -, volto os meus olhos para o autor e consumador da minha fé e, carregando minha cruz, caminho.

Um comentário:

ahk disse...

Graça...
algo um tanto incompreensível, mas moldador de um cristão.

difícil de entender ¬¬"

abraços...