domingo, 14 de junho de 2009

Capítulo 3 - Interview

Acordei cedo. O fim de semana fora muito bom devido a livros ganhos em promoções via twitter e a umas gargalhadas no "Crônicas - Fulano di Tal". Apesar das segundas-feira serem, geralmente, indesejáveis, essa parecia-me diferente. Ainda que eu tivesse que estudar para uma prova de estatística, animava-me a idéia da segunda fase da seletiva para estágio.
Pelo fato da entrevista ser no período da tarde, passei a manhã inteira na biblioteca perto de casa, com o intuito de estudar para o teste estatístico. Para falar a verdade, não conseguia estudar direito, tamanha era a minha ansiedade para a entrevista.
Voltei para casa, almocei e logo estava pronto para a entrevista. Calça bege-escuro, camisa branca e um sapatênis faziam parte do meu traje, nada muito formal, mas também, nada muito despojado. Cheguei ao local da entrevista em cima da hora, no entanto tive que esperar a psicóloga responsável pela seletiva por uns 10 minutos. Nesse meio-tempo, tomei uns copos de água e informei-me melhor, por meio de folders, a respeito da empresa na qual, possivelmente, trabalharia. Passados os dez minutos, um tanto quanto afoita e preocupada a psicóloga chega com uns papéis em mãos. Ela pede-me para acompanhá-la até uma sala logo em frente e pergunta-me se estou "nervoso"; respondo que não e ela inicia a entrevista verificando se todos os meus dados estão corretos.
Senti-me bem durante a entrevista e com liberdade, até exagerada, para responder às perguntas. Uma das perguntas mais difíceis que tive que responder foi: "Qual é o seu objetivo de vida?". Digo isso, porque quando pego de supetão a gente, quase nunca, consegue responder da forma que gostaríamos. E assim foi. Diante desse questionamento; gaguejei, pensei e respondi: "cumprir a vontade de Deus". Não que eu me arrependa pela resposta, até porque esse realmente é o meu objetivo de vida, mas lembrando-me da reação da examinadora questiono-me sobre o politicamente correto em não misturar crença com profissão. Enfim, deixei de lado, se fora considerado deslize, que seja; ao menos fora sincero.
Após outras perguntas de menor grau, a psicóloga instruiu-me a esperar até quarta-feira para que eu pudesse voltar até a empresa e, assim, conhecer a futura função. Despedi-me da moça-examinadora e na saída do prédio, deparei-me com o rapaz que na entrevista anterior estava desinteressado e encostado na parede fria-creme; ele seria o próximo na entrevista. Olhei torto e pensei qual era o critério de escolha para um bom candidato; certamente, eu desconhecia.
Voltei aos estudos e fiz a prova. À princípio, pensei que garantiria uma boa nota. No entanto, no transcorrer da prova percebi que sabia pouco e que o pouco não seria o suficiente para a média. Saí cabisbaixo da prova. A segunda-feira que deveria ser descrita com entusiasmo fora uma decepção, a incerteza da entrevista e o mau desempenho na estatística levaram-me a uma ansiedade desnecessária e chata. Ainda que os motivos tenham sido triviais, angústia e um pouco de decepção já estavam bem dosadas para a semana.

Um comentário:

ahk disse...

mais uma vez um texto escrito muito bem xD~~

raphael,
eh legal escrever bem?
aiehaioehaoiehoiaheioa

enfim, um texto legal =)
grande abraço. saudades.