quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sobre uma tarde qualquer

- Oi? Você vai descer também?
- Vou sim. - respondi.
- Ah! Então você pode puxar a cordinha aí?
- Claro!
Lotado, o ônibus parou na avenidade movimentada. Desci com certa dificuldade acompanhado da velhinha simpática.
- Que coisa esses ônibus hein! - resmungou ela, bem-humorada.
Caminhei até a biblioteca, devolvi um livro de histologia do médico da família e passei o resto da tarde na tentativa de resolver alguns exercícios de estatística - distribuição normal, alguma coisa assim.
Lá pelas 17:30hrs resolvi parar de tentar. Encontrei uma antiga amiga nos corredores assustadores da faculdade e saquei uns 20 reais no caixa do BB. Dentre as variedades de lanchonetes-box escolhi uma que me pareceu mais atraente. Pedi por um hambuguer assado e uma coca-cola 600. Paguei. Devolvi o troco errado e fui saborear o tal do salgado. Sentei-me num dos bancos disponíveis e, comendo, observei a vida universitária ali. Confesso que fiquei com um pouco de inveja de todo aquele movimento. Meu curso, administração, é noturno e, lamentavelmente, está localizado num bloco isolado da maioria, perto de um lago d'amor. Apesar da minha vontade de jornalismo integral ter-se latejado, deixei pra lá. Restava-me saborear o restinho de coca, ótima companhia para a "Ortodoxia" de CHESTERTON. Eis um trecho lido com mui boa vontade, no meio do corredor-central: "Mas o ponto importante é que a história emociona porque contém um elemento muito forte de vontade, daquilo que a teologia chama de livre-arbítrio. Você não pode concluir uma soma do jeito que prefere; mas uma história sim. Quando alguém descobriu o Cálculo Diferencial, havia apenas um Cálculo Diferencial a descobrir. Mas quando Shakespeare matou Romeu, ele poderia tê-lo casado com a velha babá de Julieta, se ele se sentisse inclinado a fazê-lo. E a cristandade sobresaiu-se na narrativa romanesca exatamente porque insistiu no livre-arbítrio teológico."
Encontrei com um daqueles amigos de peladas-futebolescas e, nesse meio tempo, também, fui abordado por um alternativo com panfletos referentes a um tal de "tributo a Los Hermanos"; muito educado o cara. Abordou-me da seguinte maneira:
- Olá! Será que eu poderia interromper o seu processo de leitura/estudo por um segundinho?
- Ok. - respondi; pensando se já me ocorrera alguma outra vez uma abordagem-panfletagem como essa. Interessante, pensei.
O rapaz me convidou para a tal festa e disse que seria muito legal. Acreditei. Los Hermanos é daqueles estilos clássicos-alternativos-cool.
Olhei para o relógio e já era hora de partir. Comportamento do consumidor, eis a pauta de aula.
Uma tarde legal. Prazeres amelísticos. Nostalgico, não?

2 comentários:

Mionzinhuuu......... disse...

Hááá

=D

muito bom o seu blog rapaz, e realmente as vezes é interessante o que uma tarde qualquer nos reserva, penso assim tb......

100 coisas
100 pessoas
100 chances
100 alternativas
por mais de 100 tardes em um sem número de lugares, vai sempre assim, uma tarde qualquer!!!


carry on Boy!!

Monique disse...

Gentileza gera gentileza :)